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Ansiando Por Um Reino.

15/09/2020 às 04:09

A dinastia da Casa de Davi durou 412 anos ( 1009-597 a.C ). Depois que os babilônios conquistaram Jerusalém , em 587 a.C, os judeus foram governados pelos persas, por Alexandre, o grande, pelos ptolomeus, pelo selêucidas e, dinastia. Mas os líderes asmomeus ( 167-63 a.C ) tornaram-se corruptos e ineficientes. Estas experiências deixaram o remanescente de Israel e Judá ansioso por um poderoso e vitorioso rei ou messias (“ungido”).

O novo testamento inicia com João Batista pregando “está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2). Este artigo irá explorar o que a Escritura diz sobre o “Reino de Deus” ou “Reino dos céus” e como este reino tem sido mal-interpretado.

O QUE É O REINO DE DEUS ?

Os cristãos podem falar sobre Reino de Deus de várias maneiras. Em primeiro lugar, Deus governa o Universo e tudo o que nele há, incluindo os acontecimentos da humanidade (Sl 66.7; Dn 5.21 ). Em segundo lugar, também usamos a expressão “Reino de Deus” para nos referir ao tempo após a ressurreição dos mortos, quando Deus governar sem oposição (“o reino porvir”, como dizem alguns;Ap 12.10).

Damos graças a Deus por seu poderoso governo sobre todo o mundo e oramos pelo advento da sua gloriosa vitória no dia derradeiro. Mas quando a Bíblia se refere ao “Reino de Deus”, Geralmente há uma definição diferente em vista.

Como Jeffrey Gibbs explica por meio do Evangelho de Mateus, O Reino de Deus é o reino da justiça de Deus.

Falar de um “Reino”…sugere que um rei está presente para agir como tal, “para reinar”… Se “o reino dos céus/de Deus” está próximo, então o Deus do Céu desceu para reinar, para executar as suas obras de rei. Assim, o reino de Deus não é primeiramente um lugar. Pelo contrário, é uma ação divina, que ocorre onde Jesus está, por meio de suas palavras e ações. O reino dos céus também não é um grupo de pessoas. Antes, visto que o Deus do céu começou a tornar manifestas as suas obras de rei, um grupo de pessoas é constituído como aqueles que creem no reino de Deus em Jesus. (CC Mt, 48-49)

O REINO DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO

Embora a expressão “Reino de Deus” não apareça no Antigo Testamento, o Senhor é chamado de rei e governante (p. ex. Sl 47.2; 95,3; Ml 1.14). Quando chamou Abraão creu no Senhor, e Deus lhe imputou isto como justiça (Gn 15.6), concedendo a Abraão uma “relação correta” com Deus por intermédio da fé somente (um ponto que Paulo destaca em Rm 4). Pela fé. Abraão e sua família entraram no “Reino de Deus”, muito embora não tivessem pátria nem reino humano (cf. Sb 10.5,9-10). Em ambos os testamentos, não é a geografia que define o que é o Reino de Deus.

Este Reino/reinado toma forma no mundo real porque existe no coração e na mentes dos crentes, os quais habitam países e reinos terrenos. Por onde quer que Abraão tenha andado, ali estava o Reino de Deus. Sua fé agarrou-se à promessa de um Salvador, uma “Semente” ou Descendente por meio do qual o mundo inteiro seria abençoado (cf. Gl 3.19). O Reino de Deus no Antigo Testamento é recebido por pessoas que creem nesta promessa , assim como no Novo Testamento. No Antigo Testamento, Deus reuniu seu povo na terra de Israel. No entanto, o foco nunca está na terra, e sim na obra de Deus em criar um “reino de sacerdotes” e uma nação “santa” ao Senhor (Êx 19.6).

Mas há um lugar geográfico que desempenha um papel especial no Reino de Deus do Antigo Testamento—o Monte Sião. “Sião” refere-se ao monte entre os vales do Tiropeão e do Cedrom, em Jerusalém (veja mapa na p.496; veja também p. 848). Ele não domina fisicamente a área, mas exerce um papel importante na história de Deus e de seu povo porque nele Salomão contruíu o templo. O templo em Sião representa a presença graciosa de Deus e o perdão dos pecados que se tornou possível pelo sacrifício e pela fé (Ls 59.19-20;Ap 14.1).

Deus revela uma nova dimensão quando promete a Davi que um dos seus descendentes reinará para sempre. Davi queria construir uma “casa” ( templo) para Deus, mas este recusou. Em vez disso, foi Deus quem prometeu construir para Davi uma “casa”( uma dinastia ou reino), que permaneceria para sempre, governada por um descendente muito maior que o próprio Davi (2Sm 7.13; veja a resposta de Davi no Sl 110). O Reino de Deus tem seu foco neste Rei vindouro, o Ungido (Messias, Cristo).

Daniel vê este Rei prometido em uma visão vários séculos depois. O Espírito revela a Daniel uma difícil informação sobre o Reino de Deus e seu governante: um ser humano (“um como o Filho do Homem”) que julga com autoridade divina ( Dn 7.13-14). Este Rei reinará sobre um reino formado tanto por gentios quanto por israelitas, indivíduos do mundo inteiro unidos pela fé. (Jesus deriva desta passagem a sua autodesignação favorita:”Filho do homem”, citado-a no julgamento perante Caifás em Mc 14.62.)

O REINO DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO

A expressão “Reino de Deus” ( ou “Reino do céus”) aparece quase cem vezes no Novo Testamento. A maioria parte das ocorrências está em Mateus, Marcos e Lucas. Satanás domina o mundo. Todas as pessoas nascem no Reino de Satanás e, por natureza, são inimigas de Deus e estão em oposição ao seu reino (Ef 2.1-3). Quando Deus estende o seu Reino, acontecem conflito e oposição (Mt 11.12). As consequências são, muitas vezes, dramáticas, envolvendo demonstrações vigorosas do poder salvador de Deus (algumas vezes chamadas de “sinais” porque apontam para Jesus como o Messias prometido). Quando o Reino de Deus sabjuga o reino de Satanás , pessoas doentes são curadas, com deficiência são tomadas sãs, endemoniados são libertados e até mesmo mortos são ressuscitados. Estes sinais externos apontam para o dom maior de Deus ao estender seu reino: a salvação eterna, por meio da fé salvadora em Jesus Cristo.

Deus abre o seu Reino a todas as pessoas, e não somente a algumas. Judeus e gentios, ricos e pobres, homens e mulheres —- todos são bem-vindos à graça de Deus (Gl 3.26-28). Nem todas as pessoas, contudo, entram no Reino de Deus. O orgulho humano e sua postura autossuficiente bloqueiam a obra do Espírito. Somente após a lei haver extirpado toda pretensão de mérito pessoal é que um pecador pode vir a conhecer a graça de Deus em Cristo Jesus ( os “humildes de espírito” da primeira bem-aventurança ; Mt 5.3). Entramos no Reino como crianças indefesas (Mc 10.13-16), nascidos novamente pela água e pelo Espírito ( Jo 3.1-6).

Por um lado, o Reino de Deus é invisível. A fé salvadora em Jesus Cristo não pode ser vista com os olhos naturais, nem qualquer ser humano pode olhar para o coração de outro. Os observadores podem ser capazes de prever uma mudança de tempo prestando atenção em alguns sinais, mas o governo dinâmico de Deus, por graça , por intermédio da fé, acontece dentro de uma pessoa ( cf. Lc 17.20-21). Por outro lado, os crentes vivem no mundo e preenchem espaço e tempo, assim como os descrentes. Neste sentido, o Reino de Deus é claramente visível, porque seus cidadãos vivem no mundo como indicadores de vida, apontando para Cristo Jesus por aquilo que dizem e fazem.

Lucas conecta estreitamente o Reino com o nome de Jesus e sua obra ( At 8.12; 28.31). As profecias do Antigo Testamento a respeito de um rei messiânico encontram seu cumprimento em Jesus, o Rei eterno prometido a Davi (2Sm 7.13-14; veja pp. 1221-1222). O desejo piedoso de judeus fiéis , no tempo entre os testamentos, também estava em aguardar com expectativa a vinda de Jesus. Durante o seu ministério, Jesus confronta o reino de Satanás e o vence, amarrando Satanás e saqueando sua “casa” (Mt 12.29), atraindo pessoas à fé em Cristo.

Somente Jesus, crucificado pelos pecadores do mundo e ressuscitado para a justificação dos pecadores, pode criar o Reino que conduz à vida eterna. Ancorado na cruz de Cristo (um evento passado) e posto em prática no pre sente por meio da proclamação da Palavra de Deus e da administração dos seus sacramentos, o Reino de Deus também espera o seu cumprimento no retorno visível de Jesus, em glória.

Como Rei messiânico, investido de plena autoridade divina, Cristo Jesus comissiona seus seguidores a fazerem discípulos, batizando e ensinando (Mt 28.18-20). Ele promete estar com o seu povo para sempre, até o fim dos tempos, para alcançar este propósito.

No Antigo Testamento, Sião serviu como uma imagem concreta para o Reino de Deus; já no Novo Testamento é a Igreja que permanece como o povo por meio do qual acontece a expansão e a atividade do Reino. Jesus dá as chaves do Reino (o poder do perdão pela proclamação e aplicação do evangelho) à sua Igreja (Mt 16.19;18.18-20), capacitando-a para a tarefa de fazer discípulos.

O Reino de Deus continua avançando no mundo por intermédio do trabalho da congregação local e do testemunho de cada cristão. Onde quer que o evangelho seja pregado e a história de Jesus, compartilhada, o Espírito Santo trabalha para expandir o Reino da graça pela fé no filho de Deus.

Bíblia de Estudo da Reforma.

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